“DESCOBRI QUE MINHA ARMA É O QUE A MEMÓRIA GUARDA DOS TEMPOS DA PANAIR”

Autores

  • Carlos Manoel Passos Vaz Junior Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” - UNESP
  • Thiago de Oliveira Vieira Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” - UNESP

DOI:

https://doi.org/10.35355/revistafenix.v17i2.1068

Palavras-chave:

História, memória, poesia, canção, ditadura

Resumo

Este trabalho busca analisar as relações possíveis entre história e memória na canção Conversando no bar, de 1975, de Milton Nascimento e Fernando Brant. Procuramos observar a irmandade entre letra e música – seus elementos retóricos, melódicos e narrativos – na produção de imagens poéticas que auxiliam na construção da memória dos tempos ditatoriais. Para isso fazemos primeiramente um debate sobre a memória e a história ao longo dos tempos. Posteriormente, pontuamos como essa canção é uma forma de linguagem capaz de contar a história, observando e relacionando os fragmentos memoriais produzidos nessa interação. Fazemos esse percurso para mostrar, principalmente, como o verso que evoca as “asas da Panair”, companhia de aviação fechada na em meio à ditadura, compõe uma “tematização” (ver TATIT, 2003) da memória, que reabilita a lembrança de um momento de esquecimento possível e, também, capaz de recontar essas lembranças que constroem essa história.

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Publicado

2021-06-28

Como Citar

Passos Vaz Junior, C. M. ., & de Oliveira Vieira, T. . (2021). “DESCOBRI QUE MINHA ARMA É O QUE A MEMÓRIA GUARDA DOS TEMPOS DA PANAIR”. Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 17(2), 407–428. https://doi.org/10.35355/revistafenix.v17i2.1068