“EU SEI QUE A SOMBRA DAS MÃOS JOGA NO CHÃO A MESMA COR”

A FORÇA E A MENSAGEM DA MUSICALIDADE DE TONY TORNADO

Autores

  • Amanda Palomo Alves Universidade Federal Fluminense – UFF
  • Sandra C. A. Pelegrini Universidade Estadual de Maringá – UEM

Palavras-chave:

Tony Tornado, Black music, Discriminação racial, V Festival Internacional

Resumo

O presente artigo visa refletir sobre os aspectos políticos e identitários presentes na musicalidade e desempenho profissional de Tony Tornado, artista brasileiro que residiu nos EUA durante os anos 1960, momento em que contestações colocavam em xeque o autoritarismo e problemas étnicos. Neste período, o cantor entrou em contato com a soul music e com o black power. Tais influências foram expressas em canções interpretadas por ele e nas suas performances exibidas em festivais e programas televisivos, na primeira metade dos anos 1970. Salientamos que sua apresentação no V FIC, declarações públicas e atitudes chamaram a atenção das autoridades militares e despertaram desconfianças sobre as possíveis afinidades do cantor com o “Partido dos Panteras Negras”. Constatamos, por fim, que algumas músicas gravadas por Tornado se ocuparam de temáticas sociais e da discriminação racial sofrida pelos negros.

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Biografia do Autor

Amanda Palomo Alves, Universidade Federal Fluminense – UFF

Doutoranda em História pela Universidade Federal Fluminense e Pesquisadora do Núcleo de Estudos Contemporâneos (NEC-UFF), do Centro de Estudos das Artes e do Patrimônio Cultural (CEAPAC-UEM) e do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-brasileiros (NEIAB-UEM). O presente texto apresenta alguns resultados da Dissertação de Mestrado intitulada “O poder negro na pátria verde e amarela: musicalidade, política e identidade em Tony Tornado (1970)”. A pesquisa, orientada por Sandra C. A. Pelegrini, foi vencedora do Concurso Nacional de Pesquisa sobre Cultura Afro-Brasileira, 2010, realizado pela Fundação Cultural Palmares. Atualmente, Alves desenvolve pesquisas sobre o papel da canção nas lutas de libertação e no pós-independência em Angola.

Sandra C. A. Pelegrini, Universidade Estadual de Maringá – UEM

Doutora pela Universidade de São Paulo; Docente da Universidade estadual de Maringá; Coordenadora do Museu Bacia do Paraná /UEM, Consultora da Governadoria do Estado do Paraná - Programa “Preservando o patrimônio e museus do Paraná”; Consultora do Programa de Iberoamericano de Ciencia y Tecnología para el desarrollo – CYTED (Madri-Espanha; Pós-Doutora em Patrimônio Cultural/UNICAMP e Coordenadora do Centro de Estudos das Artes e do Patrimônio Cultural.

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Publicado

2014-06-17

Como Citar

Palomo Alves, A. ., & C. A. Pelegrini, S. . (2014). “EU SEI QUE A SOMBRA DAS MÃOS JOGA NO CHÃO A MESMA COR”: A FORÇA E A MENSAGEM DA MUSICALIDADE DE TONY TORNADO. Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 11(1), 1–18. Recuperado de https://www.revistafenix.pro.br/revistafenix/article/view/534