A MÍSTICA DAS PLANTAS, BEBIDAS E ALIMENTOS NO BRASIL COLONIAL

Autores

  • Maria Betânia B. Albuquerque Universidade do Estado do Pará - UEPA

Palavras-chave:

História, Alimentação, Relações de Poder, Brasil Colônia

Resumo

Trata-se o presente artigo de uma análise sobre os diversos significados que as plantas, bebidas e alimentos assumiam no Brasil colonial, bem como das relações de poder que os perpassavam. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa histórica baseada nos relatos de cronistas e viajantes, bem como nas cartas de padres jesuítas e de outras ordens que, ao andarem por estas paragens nos séculos XVI e XVII, descreveram o cotidiano dos primeiros habitantes e suas impressões sobre a fartura da terra e dos alimentos. Com base nos pressupostos da história cultural, em particular da história da alimentação, procura-se evidenciar a ambiguidade e complexidade com que eram vistos os alimentos no Brasil colonial, destacando suas dimensões místicas.  Vistas como alimento, remédio ou veneno, plantas, comidas e bebidas possuiam forte carga simbólica, além de serem práticas atravessadas por fortes relações de poder.

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Biografia do Autor

Maria Betânia B. Albuquerque, Universidade do Estado do Pará - UEPA

      Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Pós-Doutora pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-Portugal). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Pará (UEPA)

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Publicado

2014-12-15

Como Citar

B. Albuquerque, M. B. . (2014). A MÍSTICA DAS PLANTAS, BEBIDAS E ALIMENTOS NO BRASIL COLONIAL. Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 11(2), 1–22. Recuperado de https://www.revistafenix.pro.br/revistafenix/article/view/603