RETRATOS DA INALTERIDADE

A ANIMALIZAÇÃO DO INIMIGO NO DISCURSO GRÁFICO DA IMPRENSA ILUSTRADA DURANTE A GUERRA DO PARAGUAI (1864-1870)

Autores

  • Arnaldo Lucas Pires Junior Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

Palavras-chave:

Charges, Guerra do Paraguai, Imprensa Ilustrada

Resumo

Neste artigo visamos analisar o processo de animalização e detração étnica dos inimigos presentes nas charges publicadas na imprensa ilustrada durante a Guerra do Paraguai (1864-1870). Através do exame de um grupo representativo de imagens, buscaremos demonstrar de que forma este processo discursivo se construiu, sempre atentando para as particularidades contextuais de cada nação e de cada órgão da imprensa analisado. Defendemos que o processo de detração do inimigo se constitui enquanto movimento fundamental de um conjunto amplo de iniciativas de construção identitária postos em prática durante a guerra. Caricaturistas brasileiros e paraguaios desenhavam seus inimigos como animais para tentar explicar e, por conseguinte, justificar toda animalidade que viam em uma das mais sangrentas guerras da América do Sul.

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Biografia do Autor

Arnaldo Lucas Pires Junior, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

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Publicado

2016-06-30

Como Citar

Pires Junior, A. L. . (2016). RETRATOS DA INALTERIDADE: A ANIMALIZAÇÃO DO INIMIGO NO DISCURSO GRÁFICO DA IMPRENSA ILUSTRADA DURANTE A GUERRA DO PARAGUAI (1864-1870). Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 13(1). Recuperado de https://www.revistafenix.pro.br/revistafenix/article/view/697