A ANTROPOÉTICA DE BRUNO DE MENEZES

Autores

  • Rodrigo de Souza Wanzeler Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará - IFPA

DOI:

https://doi.org/10.35355/0000044

Palavras-chave:

História da Antropologia, Literatura, Amazônia, Bruno de Menezes

Resumo

Tomando Belém como cenário principal para o contexto deste trabalho, tem-se, com o apogeu da comercialização da borracha e a criação do Museu Paraense, um incremento científico na região, que almejava ser a Paris na Amazônia. Neste período, Belém vai do ápice à crise da comercialização da goma elástica, turbulências sociais tornam-se mais frequentes e as desigualdades latentes. Este contexto não passa impune ao olhar de Bruno de Menezes. O intelectual se vale da sua escrita, artística e politicamente engajada, para desvelar e se opor ante as diferenças sociais. Uma escrita de rexistência que, assim como a ciência antropológica no mesmo período, busca dirimir as discrepâncias existentes no cotidiano das sociedades amazônicas. Desta maneira, a presente pesquisa intenta relacionar os caminhos da ciência antropológica com os de Bruno de Menezes para incluir o nome do intelectual belenense enquanto figura importante para a consolidação de um fazer antropológico na/da Amazônia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BEZERRA NETO, J. M. Histórias urbanas de liberdade: escravos em fuga na cidade de Belém, 1860-1888. Revista Afro-Ásia, n° 28, UFBA, 2002, pp.221-250.

CANCLINI, N. G. A globalização da antropologia depois do pós-modernismo. In: Diferentes, desiguais e desconectados: mapas da interculturalidade. Trad. Luiz Sérgio Henriques. 3ª ed. Rio de Janeiro. Editora UFRJ, 2009, pp. 129-149.

COSTA, A. M. D. da. Pesquisas antropológicas urbanas no “paraíso dos naturalistas”. Revista de Antropologia, USP, São Paulo: 2009, pp. 735-761.

FERREIRA, L. M. “Ordenar o Caos”: Emílio Goeldi e a Arqueologia Amazônica. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas 4 (1), 2009, pp. 71-91.

FIGUEIREDO, A. M. Arte, literatura e revolução: Bruno de Menezes, anarquista, 1913-1923. In FONTES, Edilza Joana de Oliveira & BEZERRA NETO, José Maia (orgs.). Diálogos entre Literatura, História e Memória. Belém: Paka-Tatu, 2007, pp, 293-307.

HALL, S. Sin garantías: Trayectorias y problemáticas en estudios culturales. Editores: Eduardo Restrepo, Catherine Walsh y Víctor Vich. Colômbia, Peru y Ecuador. Instituto de estudios sociales y culturales Pensar; Universidad Javeriana Instituto de Estudios Peruanos; Universidad Andina Simón Bolívar; Envión Editores, 2010.

LEAL, L. A. P. Nossos intelectuais e os chefes de mandinga: repressão, engajamento e liberdade de culto na Amazônia (1937-1951). Tese de Doutorado. Salvador: UFBA, 2011.

MENEZES, B. de. Boi Bumbá: Auto Popular. 2ª ed. Belém. Imprensa Oficial do Estado do Pará. 1972.

______________. Obras Completas, v.1, Poesia. Belém: SECULT, 1993a.

______________.Obras Completas, v.2, Folclore. Belém: SECULT, 1993b.

MAUÉS, R. H. Memórias da Antropologia da Amazônia ou como fazer ciência no “paraíso dos etnólogos”. In Encontro de Antropologia: homenagem a Eduardo Galvão. Orgs. Sônia Barbosa Magalhães; Isolda Maciel da Silveira; Antônio Maria de Souza Santos. Manaus: EDUA & MPEG, 2011.

OLIVEIRA, A.E.de. & FURTADO, L.G. As Ciências Humanas no Museu Paraense Emílio Goeldi: 128 Anos em Busca do Conhecimento Antropológico na Amazônia. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB – Rio de Janeiro, n° 39, 1° semestre, 1995, pp. 103-109.

OLIVEIRA, R. C. de. O trabalho do antropólogo. 3ª ed. São Paulo: Unesp, 2006.

PEIRANO, M. A teoria vivida e outros ensaios de antropologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

PIZARRO, A. Amazônia: as vozes do rio – imaginário e modernização. Tradução Rômulo Monte Alto. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.

____________. Imaginario y discurso: la Amazonía. In: X Encontro Regional da ABRALIC – Sentidos dos lugares. Anais do X Encontro Regional da ABRALIC, 2005, pp. 130-151.

PRATT, M. L. Os olhos do império: relatos de viagem e transculturação. Trad. Jézio Hernani Bonfim Gutierre. Bauru-SP: EDUSC, 1999.

ROCHA, A. et al. Bruno de Menezes ou a sutileza da transição: Ensaios. Belém: CEJUP, 1994.

SALZANO, F. M. A Antropologia no Brasil: é a interdisciplinaridade possível? Amazônica Revista de Antropologia. Belém, v.1, n.1, sem 1. 2009, pp. 12-27.

SARGES, M. de N. Belém: Riquezas Produzindo a Belle Époque (1870-1912). 3ª ed. Belém: Paka-Tatu, 2010.

SCHWARCZ, L. M. “Os museus etnográficos brasileiros: ‘polvo é polvo, molusco também é gente’”. In O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil – 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, pp. 67-96.

VELHO, G. Um antropólogo na cidade: ensaios de Antropologia Urbana. Orgs. Hermano Vianna; Karina Kuschnir; Celso Castro. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

Downloads

Publicado

2020-08-14

Como Citar

Wanzeler, R. de S. (2020). A ANTROPOÉTICA DE BRUNO DE MENEZES. Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 17(1), 84–102. https://doi.org/10.35355/0000044