O NOVO MUNDO DE SEXTA-FEIRA

IRONIA E RE-CRIAÇÃO MESTIÇA NA LITERATURA LATINO-AMERICANA

Autores

  • Keila Carvalho Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF
  • Janaína Cordeiro Universidade Federal Fluminense – UFF

Palavras-chave:

Literatura, América Latina, Resistência

Resumo

Tomando por base a análise da peça Adeus, Robinson, de Julio Cortázar, este artigo discute os elementos a partir dos quais a literatura latino-americana, especificamente, resignifica e traduz a experiência imperialista, de forma a subverter o papel destinado ao mundo colonizado pelo discurso do dominador. Nesse sentido, pelo próprio contexto de produção da peça em questão, dá-se especial ênfase para a conjuntura política dos anos 1970, mas simultaneamente, recupera-se o valor deste tipo de produção literária para o tempo presente uma vez que resgata o caráter de resistência cultural e política que a diferencia. Além disso, procura-se contestar o rótulo de “Literatura do Terceiro Mundo”, eventualmente atribuído a produção das ex-colônias, na medida em que tal classificação reserva a este discurso uma posição intransponível de subalternidade.

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Biografia do Autor

Keila Carvalho, Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

Mestranda em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF.

Janaína Cordeiro, Universidade Federal Fluminense – UFF

Mestranda em História pela Universidade Federal Fluminense – UFF.

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Publicado

2007-06-14

Como Citar

Carvalho, K. ., & Cordeiro, J. . (2007). O NOVO MUNDO DE SEXTA-FEIRA: IRONIA E RE-CRIAÇÃO MESTIÇA NA LITERATURA LATINO-AMERICANA. Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 4(2), 1–17. Recuperado de https://www.revistafenix.pro.br/revistafenix/article/view/711