Um Conto de Amor e Trevas

alegorias e metáforas do sionismo pelo olhar de Natalie Portman

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35355/revistafenix.v19i1.930

Palavras-chave:

Natalie Portman, Análise Fílmica, Israel, Método Documentário, A Tale of Love and Darkness

Resumo

Esse artigo é centrado na análise e interpretação do filme “Um Conto de Amor e Trevas” (2015), dirigido por Natalie Portman e baseado na obra homônima de Amós Oz. A narrative conta a história da infância de Amos, um garoto que vê a fundação do Estado de Israel pela lente da memória de sua mãe e de seu pai. Ainda que o conto em questão tenha traços da biografia de Amós Oz, é o olhar de Portman que nos guia na narrative fílmica, e a partir de sua construção cênica, constrói a imagem de dois Israels, aquele que a mãe de Amós romantiza e aquele que o pai de Amós idealiza. Na análise dessa construção visual, o método documentário de análise de imagens (Ralf Bohnsack) é utilizado, oferecendo um acesso privilegiado às estratégias discursivas visuais e aos diferentes planos de interpretação da imagem. A partir da análise de cenas selecionadas do filme de Natalie Portman, percebe-se a construção de uma Israel romântica, voltada à união dos judeus do mundo e à construção de uma comunidade quase utópica, e outra Israel realista, voltada à sobrevivência dos judeus em um ambiente cada vez mais violento, defensora de uma tradição cultural, mas também alinhada a uma lógica agressiva, especialmente em sua relação com os vizinhos árabes. O objetivo do artigo, dessa forma, é apontar como essas construções se dão na direção de Natalie Portman, em uma observação da narrative visual por ela moldada.

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Publicado

2022-05-23

Como Citar

LIEBEL, V., & ROCHA Rotta, H. (2022). Um Conto de Amor e Trevas: alegorias e metáforas do sionismo pelo olhar de Natalie Portman. Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 19(1), 183–203. https://doi.org/10.35355/revistafenix.v19i1.930