A gripe espanhola e o “brilhante trabalho” dos doutores Revoredo, Meira e Monteiro da academia paulista de medicina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35355/revistafenix.v18i2.1159

Palavras-chave:

Gripe Espanhola, Epidemia, Diagnóstico, Terapêutica

Resumo

A fundação da Academia Paulista de Medicina (APM) coincidiu com o período que a virulenta gripe espanhola começou a se difundir pelo planeta. Durante a epidemia na cidade de São Paulo, membros da APM estavam entre os médicos que atuaram para tentar minimizar a difusão da doença e a multiplicação dos casos fatais da moléstia. Quando o número de gripados diminuiu na localidade, os doutores Galeno de Revoredo, Rubião Meira e Eduardo Monteiro redigiram um relatório, apresentado em sessão da APM, com recomendações para o combate à gripe epidêmica no interior do estado. Este artigo discute, a partir de pressupostos da história social, aspectos desse relatório contextualizando-o com debates sobre a doença e o tratamento dos gripados na cidade de São Paulo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

A EPIDEMIA reinante. Indicadores de Hospitais e Postos. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 1 nov. 1918, p. 5.

A GRIPPE espanhola. Resposta. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 3 out. 1918a, p. 4.

A GRIPPE. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2 dez. 1918b, p. 4.

A INFLUENZA espanhola. Comunicado do Serviço Sanitário. O Estado do S. Paulo, São Paulo, 16 out. 1918a, p. 5

A INFLUENZA espanhola. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 24 set. 1918b, p. 1.

A NATUREZA da moléstia reinante O Estado de S. Paulo, São Paulo, 5 nov. 1918, p. 4.

ABRÃO, Janete Silveira. Banalização da morte na cidade calada. Porto Alegre: EDIPUCRS,1998.

ABREU JUNIOR, José Maria de Castro. O vírus e a cidade. Belém: Editora Paka-Tatu, 2019.

ACADEMIA Paulista de Medicina. Correio Paulistano, São Paulo, 29 jan. 1919, p.3.

BERTOLLI FILHO, Cláudio. A gripe espanhola em São Paulo, 1918: epidemia e sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2003.

BERTUCCI, Liane Maria. A onipresença do medo na influenza de 1918. Varia História, Belo Horizonte, v. 25, n. 42, p. 457-475, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-87752009000200005

BERTUCCI, Liane Maria. Influenza, a medicina enferma. Campinas: Editora Unicamp, 2004.

BERTUCCI, Liane Maria. Spanish Flu in Brazil: searching for causes during the epidemic horror. In: PORRAS-GALLO, María-Isabel; DAVIS, Ryan A. (Eds.). The Spanish Flu Influenza Pandemic of 1918-1919. Rochester: University of Rochester Press, 2014, p. 39-55.

BRASIL. Decreto nº 13.092, de 10 de julho de 1918. Crêa uma missão medica especial à França, em caracter militar, e dá outras providencias. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-13092-10-julho-1918-58316. Acesso em: 14 jan. 2021.

BRITO, Nara de Azevedo. “La dançarina”: a gripe espanhola e o cotidiano na cidade do Rio de Janeiro. História, ciências, saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. IV, n. 1, p. 11-30, 1997. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-59701997000100002

BRUM, Cristiano Enrique de. A medicina vai à Guerra: a Missão Médico-Militar brasileira na França durante a Primeira Guerra Mundial (1918-1919). História: Debates e Tendências. Passo Fundo, v. 14, p. 306-317, 2014. DOI: https://doi.org/10.5335/hdtv.14n.2.4574

DESCOBRIU-SE o micróbio da influenza espanhola? O Combate, São Paulo, 27 nov. 1918, p.1.

DUAS entidades mórbidas. A Platéa, São Paulo, 5 nov. 1918, p.6.

ECHEVERRI DÁVILA, Beatriz. La gripe española. La pandemia de 1918-1919. Madrid: Siglo XXI, 2003.

EDGERLY, E. T.; MANSON, F.M.; CARR, J. G. The influenza-pnemonia epidemic at Camp Dodge, Iowa, 1918. The American Journal of the Medical Sciences, Philadelphia, v. CLVIII, P. 212-216, 1919. DOI: https://doi.org/10.1097/00000441-191908000-00006

ESTÁ FUNDADA a Academia Paulista de Medicina. O Combate, São Paulo, 14 ago. 1918, p.1.

GIBBS, Mark J.; ARMSTRONG, John S.; GIBBS, Adrian J. Recombination in the hemagglutinin gene of the 1918 “Spanish Flu”. Science, New York, n. 293, p.1842-1845, 2001. DOI: https://doi.org/10.1126/science.1061662

GOULART, Adriana da Costa. Um cenário mefistofélico: a gripe espanhola no Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2003.

GOVERNO do Estado. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 14 nov.1918, p. 4.

GRIPPE espanhola. Boatos... O Estado de S. Paulo, São Paulo, 8 out. 1918, p. 4.

INFLUENZA espanhola e sais de quinina. A Gazeta, São Paulo, 19 out 1918, p. 1.

KILLINGRAY, David. A pandemia de gripe de 1918-1919: causas, evolução e consequências. In: SOBRAL, José Manuel; LIMA, Maria Luísa; CASTRO, Paula; SOUSA, Paulo Silveira e. (Eds.) A pandemia esquecida. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2009, p.41-61.

KOBASA, Darwyn et al. Aberrant innate immune response in lethal infection of macaques with the 1918 influenza virus. Nature, London, v. 445, p. 319-323, 2007. DOI: https://doi.org/10.1038/nature05495

LATOUR, Bruno. Ciência em ação. São Paulo: Editora Unesp, 2000.

MAIS RECEITAS ao alcance do povo. A Platéa, São Paulo, 23 out 1918, p. 1.

MEYER, C. L.; TEIXEIRA, J. R. A grippe epidemica no Brazil e especialmente em São Paulo. São Paulo: Casa Duprat, 1920.

MISSÃO Médica Brasileira. Revista de Medicina. São Paulo, v. II, n. 9/10, p.74-77, ago.-set. 1918.

NOTÍCIAS DIVERSAS. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 29 out. 1918, p. 3

NOTÍCIAS. A gripe espanhola. A Platéa, São Paulo, 8 nov. 1918, p. 6.

O PROFESSOR Ciauri. A Capital, São Paulo, 4 out. 1918, p. 3.

OLDSTONE, Michael B. A. Viruses, plagues, and history. Oxford: Oxford University Press, 1998.

PROPHYLACTIC quinine in Influenza. The Lancet, London, v. CCVII, n. II, p.1152, 1924. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(01)23749-0

RANGEL, Orlando. Pneumonias e broncopneumonias. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 22 nov. 1918, p. 5.

REVIEWS. The British Medical Journal, London, v. I, p.2, jan./jun. 1922. DOI: https://doi.org/10.1111/j.2044-8341.1922.tb00366.x

REVOREDO, Galeno de; MEIRA, Rubião; MONTEIRO, Eduardo. Diagnostico, prognostico e tratamento da grippe. Annaes da Academia Paulista de São Paulo, São Paulo, [s.n.], ago./dez. 1918, p.1-10.

SÃO PAULO. Relatorio apresentado ao Exmo. Snr. Dr. Altino Arantes, presidente do Estado pelo Secretario do Interior Oscar Rodrigues Alves. Anno 2018. São Paulo, [s.n.], 1919.

SEIDL, Carlos. A proposito da pandemia de grippe em 1918. Rio de Janeiro: Typ. Besnard Frères, 1919.

SESSÃO extraordinária de 30 de novembro de 1918. Annaes da Academia Paulista de Medicina São Paulo, [s.n.], ago./dez. 1918a, p.41-43.

SESSÃO ordinária de 25 de novembro de 1918. Annaes da Academia Paulista de Medicina São Paulo, [s.n.] ago./dez. 1918b, p. 40-41.

SESSÃO ordinária de 25 de setembro de 1918. Annaes da Academia Paulista de Medicina São Paulo, [s.n.] ago./dez. 1918c, p.33-36

SILVEIRA, Anny Jackeline Torres. A influenza espanhola e a cidade planejada. Belo Horizonte: Argumentum, 2008.

SODRÉ, Nelson Werneck. A história da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.

SOUZA, Christiane Maria Cruz de. A gripe espanhola na Bahia: saúde, política e medicina em tempos de epidemia. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009. DOI: https://doi.org/10.7476/9788575415382

TAUBENBERG, Jeffery K.; MORENS David. 1918 influenza: the mother of all pandemics. Emerging Infectious Diseases, Atlanta, n. 12, p. 15-22, 2006. DOI: https://doi.org/10.3201/eid1209.05-0979

Downloads

Publicado

2021-12-17

Como Citar

Bertucci, L. M. (2021). A gripe espanhola e o “brilhante trabalho” dos doutores Revoredo, Meira e Monteiro da academia paulista de medicina. Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 18(2), 226–242. https://doi.org/10.35355/revistafenix.v18i2.1159