A histeria nas teses médicas brasileiras

a educação física e moral como método preventivo do histerismo

Autores

  • Fernando Marques de Mello Júnior Universidade Estadual Paulista – UNESP

DOI:

https://doi.org/10.35355/revistafenix.v18i2.1162

Palavras-chave:

Histeria, Medicina, Higiene, História do Brasil

Resumo

Doença predominantemente feminina, a histeria foi objeto de estudo de uma série de teses médicas produzidas pelos médicos das Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia ao longo do século XIX e início do XX. Assim, o presente estudo visa observar como a construção da histeria esteve ligada à constituição física do sexo feminino e ao processo de urbanização e civilização do Rio de Janeiro. Além disso, o artigo visa analisar o modo como os médicos do período procuraram tratar a doença antes do seu aparecimento por meio da educação física e moral das jovens. Para tanto, serão analisadas as teses cunhadas nas faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia entre 1838, ano da primeira tese brasileira sobre a histeria, e, 1909, quando Antonio Austregésilo publica Histeria e síndrome histeróide, trabalho que marca o início do desmembramento diagnóstico da histeria.

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Referências

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Publicado

2021-12-17

Como Citar

Marques de Mello Júnior, F. . (2021). A histeria nas teses médicas brasileiras: a educação física e moral como método preventivo do histerismo. Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 18(2), 385–397. https://doi.org/10.35355/revistafenix.v18i2.1162